Criar um Site Grátis Fantástico

Rating: 3.1/5 (503 votos)




ONLINE
5





Partilhe esta Página


Seção de Crônicas
Seção de Crônicas

  •    

  • O vendedor de laranjas

Ilona Bastos

 

Naquele final de tarde de Verão percebi que o velho homem das laranjas, mais do que vida, era arte pura. Era pintura, de certeza, à luminosidade dourada do sol poente. Era bailado, era mímica. Era poema, era cinema por certo. Era até conto completo ou romance verdadeiro.

Naquele final de tarde de Verão, igual aos demais finais de tarde em que avistara o homem das laranjas, pareceu-me que ele era mais do que o habitual vendedor de fruta, debruçado, escolhendo, enchendo os sacos das laranjas e tangerinas e estendendo-os aos compradores, todos de braços erguidos para receber os frutos brilhantes, para entregar uma nota, para agarrar o troco, para cumprimentar.

Naquele final de tarde de Verão, os turistas que passeavam na calçada aproximavam-se do homem das laranjas na sua camioneta aberta, repleta de caixas com laranjas e tangerinas, e o homem, mergulhado naquele mar belíssimo, era mais do que um mero vendedor, era um ilusionista, um mimo, um actor.

Naquele final de tarde de Verão, na sua camisa aos quadrados, com o boné de fazenda na cabeça, o vendedor de laranjas erguia o corpo e o olhar, as mãos cheias dos redondos e sumarentos frutos, e atirava-os certeiros às mãos das crianças passantes, da senhora sozinha, do casal de namorados, do senhor idoso de gesto digno e calças impecáveis, às mãos abertas dos passageiros de cada uma das carruagens do comboiozinho de veraneantes que, lento, passava perto - e assim, do homem das laranjas partiam visíveis ondas de alegria, que estampavam sorrisos em todas as faces.

Naquele final de tarde de Verão, o vendedor das laranjas distribuía fruta e ternura, e chamava de longe os banhistas cansados da subida pelas arribas, ainda cobertos da areia macia que lhes salpicava as roupas, as toalhas de praia, as bóias e os colchões cheios de ar.

Naquele final de tarde de Verão, ali mesmo, junto ao mar, ao som de uma flauta escondida pelas árvores, rostos felizes acorriam às varandas, dos prédios saíam pés ligeiros, pela calçada, mãos leves descascavam laranjas, e lábios sorridentes acolhiam os seus gomos generosos - numa sequência perfeita, com iluminação magnífica e definição divinal.

Naquele final de tarde de Verão, o velho vendedor de laranjas era estrela de cinema, era anjo, maestro, bailarino, mimo, poeta, personagem de romance. Era vida. Mais do que isso – era arte pura!

  •  Uma pescaria inesquecível

 

 

(por Silvia B. Acosta – São Paulo/SP)

Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água.

Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.

Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.

O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.

Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.

O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente.

O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Pouco mais de dez da noite…

Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.

Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:

- Você tem que devolvê-lo, filho!

- Mas, papai, reclamou o menino.

- Vai aparecer outro, insistiu o pai.

- Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.

Voltou novamente o olhar para o pai.

Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.

Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.

O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.

Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido.

O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.

Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite.

Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.

Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.

Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.

A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.

Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.

A boa educação é como uma moeda de ouro:

TEM VALOR EM TODA PARTE.

 

  • A história que todo chefe deve ler

Um açougueA história que todo chefe deve leriro estava em sua loja e ficou surpreso quando um cachorro entrou.

Ele espantou o cachorro, mas logo o cãozinho voltou. Novamente ele tentou espantá-lo, foi quando viu que o animal trazia um bilhete na boca. Ele pegou o bilhete e leu: – ‘Pode me mandar 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor. Assinado:’

Ele olhou e viu que dentro da boca do cachorro havia uma nota de 50 Reais.

Então ele pegou o dinheiro, separou as salsichas e a perna de carneiro,colocou numa embalagem plástica, junto com o troco, e pôs na boca do cachorro. O açougueiro ficou impressionado e como já era mesmo hora de fechar o açougue, ele decidiu seguir o animal.

O cachorro desceu a rua, quando chegou ao cruzamento deixou a bolsa no chão, pulou e apertou o botão para fechar o sinal. Esperou pacientemente com o saco na boca até que o sinal fechasse e ele pudesse atravessar a rua.

O açougueiro e o cão foram caminhando pela rua, até que o cão parou em uma casa e pôs as compras na calçada. Então, voltou um pouco, correu e se atirou contra a porta. Tornou a fazer isso.

Ninguém respondeu na casa.

Então, o cachorro circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes. Depois disso, caminhou de volta para a porta, e foi quando alguém abriu a porta e começou a bater no cachorro.

O açougueiro correu até esta pessoa e o impediu, dizendo:

-’Por Deus do céu,o que você está fazendo? O seu cão é um gênio!’

A pessoa respondeu: – ‘Um gênio? Esta já é a segunda vez esta semana que este estúpido PERDE a chave!!!’

Moral da História:

‘ Você pode continuar excedendo às expectativas, mas para os olhos de alguns, você estará sempre abaixo do esperado’

 

 

(por Silvia B. Acosta – São Paulo/SP)

 

  •  Ser Líder ou não ser

Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água.Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente. pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Pouco mais de dez da noite…

Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.

Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:

- Você tem que devolvê-lo, filho!

- Mas, papai, reclamou o menino.

- Vai aparecer outro, insistiu o pai.

- Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.

Voltou novamente o olhar para o pai.

Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.

Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.

O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.

Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido.

O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.

Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite.

Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.

Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.

Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.

A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.

Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.

A boa educação é como uma moeda de ouro:

TEM VALOR EM TODA PARTE.